sábado, 19 de março de 2011

Família faz mutirão de compras e divide os produtos para economizar

Judite e a filha saem juntas para o atacarejo e compram também para Sabrina, que tem o horário mais apertado. No papel, são três listas. Elas compram tudo em grande quantidade para dividir depois entre as famílias.

O almoço de domingo é apetitoso, mas barato. “O mais simples possível, mas gostoso. O franguinho é econômico, a massa é econômica, a salada é econômica. Gastamos uns R$ 35, R$ 40 para todo mundo”, comenta a professora de costura Judite Lira Guelere.
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Tudo é bem calculado e medido, como manda a profissão que ajudou a formar a família. “Na verdade, nós conseguimos tudo o que nós temos. Nós temos duas filhas hoje casadas, as duas fizeram faculdade, as duas têm o seu carro, têm a sua casa própria. Nós temos a nossa casa própria, tudo com costura”, revela Judite.
A empresa familiar era na garagem da casa. Chegou a produzir dez mil peças de roupa íntima feminina por mês, até o aposentado José Avelino Guelere ter um AVC há 12 anos. “Ele era o nosso braço forte. Ele era o estilista, o modelista, ele que criava todas as peças. Depois que ele ficou doente, a coisa complicou”, diz a professora.
Sem a fábrica, Judite foi dar aulas de costura, e as filhas arrumaram empregos. A renda familiar caiu a menos da metade. Só recentemente, com o nascimento de Sarah e Raquel, o artista da família voltou à ativa, mesmo com os movimentos ainda limitados.
“Ele ficou 11 anos sem costurar, sem pegar em uma tesoura. Depois que as netas chegaram, ele se sentiu motivado e resolveu fazer a primeira peça para as netas e saiu uma maravilha. Ele fez um vestidinho de aniversário delas. A partir daí, qualquer retalho que ele vê, ele já está fazendo as pecinhas para elas”, conta Judite. Será o renascimento da fábrica, com moda infantil?
Por enquanto, a empresa familiar continua parada, em compasso de espera. O que não significa que a família não siga fazendo negócios unida. A estratégia de economia é fazer compras coletivas. Uma vez por semana, tem sacolão para todo mundo.
A professora de costura Judite Lira Guelere e a administradora Karina Guelere Oliveira compram também para Sabrina, que tem horário de trabalho mais puxado. No papel, são três listas. Elas têm olho clínico para alterações de última hora. “A gente olha o preço. Se está muito caro, a gente pega outra coisa”, diz Karina.
O planejamento é cuidadoso. “A gente pega um bem maduro, outro um pouco mais molinho e outro bem duro. Isso vai programar a semana”, explica a administradora.
Mas e na ponta do lápis? Essa união funciona mesmo? “Se eu tivesse que vir no meu carro e ela no carro dela, e a outra vir novamente... Se a gente vem junto, a gente elimina tudo isso”, diz Judite.
Uma vez por mês, o mutirão é no atacarejo: é um mercadão, onde é possível comprar em grandes ou pequenas quantidades.
Karina separa 30 rolos de papel higiênico e diz que vai levar tudo, porque vale a pena comprar em grande quantidade. Judite explica que é tudo em grande quantidade. O detergente tem cinco litros. “Vou usar um dosador para ele sair aos poucos e eu vou dividir com ela, rachado ainda alguns litros para mim e alguns litros para ela. O mesmo vale para o amaciante e sabão em pó”, ressalta a professora de costura.
Com tanta coisa, elas usam a calculadora para ir controlando o andamento da compra, que não pode passar de R$ 900. Na hora de pagar, a soma não bateu com o que estava na calculadora. Deu uns R$ 20 de diferença para menos, ainda bem. “Às vezes, a gente olha um produto na prateleira e confunde com outro”, revela Karina.
Judite também faz cálculos sobre a vantagem de comprar desse jeito. “A minha compra que hoje passou a ser R$ 600, R$ 550, antes eu gastava R$ 750, R$ 800. Então, eu economizo bastante mensalmente. A redução é, mais ou menos, de 30%. E isso garante um belo almoço de domingo, dá para a gente reunir a família e ser feliz”, ressalta a professora de costura

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